Residência Artística em escola pública
2013 Projeto Residência Dança sem Fronteiras contemplado pelo edital do Prince Claus Fund for Culture and Development (Holanda)
Em 2013, a companhia Dança sem Fronteiras, foi selecionada em um Edital do Prince Claus Fund for Culture and Development da Holanda, com o projeto Residência DANÇA SEM FRONTEIRAS na Escola Estadual de Tempo Integral Alfredo Paulino na cidade de São Paulo.
Esta residência proporcionou às crianças e funcionários da escola a possibilidade de ver e experimentar novas formas de expressão da arte e inclusão através do movimento e da dança. Os funcionários, pais e outros membros da comunidade foram convidados para ver e experimentar novas formas de intercâmbio através da arte e da dança em um ambiente de educação e arte totalmente inclusiva dentro e fora do seu espaço na escola.
Artistas profissionais da companhia “Dança sem Fronteiras” ministraram oficinas semanais com crianças de 8 a 12 anos, ao mesmo tempo em que a cia Dança sem Fronteiras, incluindo dançarinos com e sem deficiências, ensaiavam na escola e assim realizaram apresentações e ensaios públicos para os alunos e professores.
Todo o processo foi registrado com fotos, vídeos e depoimentos dos participantes, dando origem a pequenos documentários sobre o projeto. As crianças, professores e funcionários puderam assistir aos ensaios da companhia e apresentações da Cia Dança sem Fronteiras, em um processo de compartilhamento com a escola a criação do espetáculo “Olhar de Neblina”.
O projeto premiado teve duração de 1 ano, mas a companha esteve presente na escola durante 2 anos, com atividades semanais na escola e ensaios da companhia. Dentre as atividades, consta oficinas de dança contemporânea baseada em técnicas de improvisação conduzidas pela Dança sem Fronteiras.
Este foi um projeto piloto com a ideia estabelecer uma residência artística na escola, e não um projeto de arte-educação. O objetivo era levar efetivamente a arte para dentro da escola com a convicção na relevância do contato com o processo artístico na formação infantil e a importância da convivência com profissionais de habilidades mistas (com e sem deficiência).
A companhia também ganhou o prêmio Proac para produção de espetáculo inédito e temporada do espetáculo “OLHAR DE NEBLINA”. Os ensaios e preparação desde espetáculo ocorreram na escola e a Cia realizou ensaios abertos para os alunos e funcionários.
“A companhia paulista Dança sem Fronterias, em trabalho de um ano e meio, inseriu-se no cotidiano da escola pública Alfredo Paulino, através de suas ações pedagógicas- aulas e encontros com alunos, professores e convidados- mas sobretudo através de seu trabalho de criação, por todos presenciado através de ensaios e produção de uma obra inédita- Olhar de Neblina, apresentada, em dezembro de 2014, para toda a escola.
Como um espetáculo de “dança para todos”, Olhar de Neblina parte de uma proposta estética que, abordando diferenças, a elas não faz concessões, na busca de uma arte profissional para a cena contemporânea. Para tanto, seus múltiplos artistas não dançam somente sobre seus desafios mas atuam sobre temas que poeticamente atravessam desafios de todos nós.
Toda esta atividade, que incluiu até mesmo a apresentação dos alunos em um teatro municipal da cidade de São Paulo (dezembro/2013, Sala Paissandú, Galeria Olido), transformou a residência em um fundamental momento de arte e estética dentro da escola. Aos seus espaços de inquietações, construiu diferenças para todos, rompendo fronteiras.”
(Cássia Navas – doutora em comunicação e semiótica (PUC/SP), pós-doutora em artes (ECA/USP) e especialista em gestão e políticas culturais (UNESCO/Université de Dijon/Ministère de la Culture/France).